Foto de Laila Santana |
A liberdade e a terra eram o sonho dos Malunguinhos. No século XIX,
parte das terras localizadas em Olinda eram improdutivas, fator que
desencadeou a luta pelo desenvolvimento agrário. Unidos pelos mesmos
ideais, grupos de resistência como os canoeiros que transportavam água
limpa para o centro da província se uniram a negros, índios e inúmeros
refugiados. O quilombo sempre foi um local de agregação e tolerância,
recebendo pessoas das mais diversas crenças e etnias.Pernambuco no
século XIX viveu vários movimentos políticos. Da Revolução de Goiana, a
Junta de Beberibe (1821), a Rebelião dos Romas (1829) e outros
movimentos de libertação.Um dos movimentos de maior representatividade
foi o dos negros do Quilombo de Malunguinho, quilombo "urbano ou
semi-urbano", localizado nas terras conhecidas atualmente, como Engenho
Utinga no município de Abreu e Lima, liderava outros quilombos da Mata
Norte, tornando-se o principal centro estratégico de resistência.
Entre
os anos de 1814 a 1837, implementaram varias ações contra o poder local
constituído, naquele momento fragilizado pelos conflitos internos pelo
poder e soberania.Os Malunguinhos desenvolveram técnicas de guerrilha,
conhecidas até hoje, como os estrepes, espécie de lança, feita em
madeira bem afiada, que enterradas em buracos escondidos na mata,
continham os invasores dos quilombos, desenvolviam e organizavam ações
de colaboração mutua com outros quilombos.
Enfrentado
inúmeras adversidades, superioridade bélica e política dos
colonizadores e do poder local, que protagonizam sangrentas batalhas
contra os refugiados, estes homens e mulheres lutaram com dignidade para
desenvolver a vida social e econômica negra da época.
Malunguinho
Histórico - Malunguinho é o título dado aos líderes quilombolas
pernambucanos que no século XIX fizeram ferver a capital na luta por
seus direitos. O último Malunguinho que se tem registro é o João
Batista, um dos maiores lideres da historia do quilombo, assassinado em
emboscada cruel na cidade de Igarassú, chamada ainda na época de
Maricota, ficando sua morte como marco crucial para a destruição total
do Catucá em 18 setembro 1835.
Os relatos da
existência dos quilombos do Catucá estão ainda hoje no Arquivo público
estadual de Pernambuco, em manuscritos, jornais da época, documentos de
terras, mapas e relatórios da polícia provinciana e documentos de todo o
século XIX.
Malunguinho
Divino - “Ele é preto, ele é bem pretinho, salve a coroa do Rei
Malunguinho!”, esse cântico ainda soa nos terreiros de jurema nas
localidades do Catucá. Vivo no imaginário religioso do nordeste, em
especial no culto da Jurema Sagrada de Pernambuco, ele, ou eles, são
conhecidos como Caboclo, Mestre e Exu.
O espaço do Catucá ainda é de Malunguinho, por existirem muitos cultos de Jurema nas localidades do quilombo, ele é conhecido até hoje como o Rei das Matas. É uma importante divindade neste culto, pois sua presença marca a abertura dos caminhos e a defesa da casa. Malunguinho ora estava em Olinda, ora era visto em Goiana, sendo estes aspectos difíceis de se entender, e justificados pela relação do Catucá com os segredos da fé negra e indígena. Assumindo o papel do mensageiro entre os mundos e o guardião, que continua até hoje na luta por liberdade, pois esta condição mesmo após morte é um eterno vir a ser, agregando novos Malungos para sua eterna guerra por direitos iguais para todos.
*Acista a este vídeo referente a Malunguinho:
João Monteiro e L'Omi L'Odò no Sopa Diário discutindo sobre o tema na tv.
http://http//www.youtube.com/watch?v=QfAJG_JRPRI
O espaço do Catucá ainda é de Malunguinho, por existirem muitos cultos de Jurema nas localidades do quilombo, ele é conhecido até hoje como o Rei das Matas. É uma importante divindade neste culto, pois sua presença marca a abertura dos caminhos e a defesa da casa. Malunguinho ora estava em Olinda, ora era visto em Goiana, sendo estes aspectos difíceis de se entender, e justificados pela relação do Catucá com os segredos da fé negra e indígena. Assumindo o papel do mensageiro entre os mundos e o guardião, que continua até hoje na luta por liberdade, pois esta condição mesmo após morte é um eterno vir a ser, agregando novos Malungos para sua eterna guerra por direitos iguais para todos.
Alexandre L'Omi L'Odò
Salve Malunguinho!
Salve Malunguinho!
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Bibliografia: Carvalho, Marcus J. M. de.
Liberdade: rotinas e rupturas do escravismo. Recife, 1822 - 1850
Bibliografia: Carvalho, Marcus J. M. de.
Liberdade: rotinas e rupturas do escravismo. Recife, 1822 - 1850
*Acista a este vídeo referente a Malunguinho:
João Monteiro e L'Omi L'Odò no Sopa Diário discutindo sobre o tema na tv.
http://http//www.youtube.com/watch?v=QfAJG_JRPRI
Fonte Blog Quilombo Cultural Malunguinho
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