sexta-feira, 22 de agosto de 2014

terça-feira, 12 de agosto de 2014

O Poeta do Catimbó

Babalorixá e Juremeiro Sandro de Jucá, sempre nos impressiona com seus textos
e muitos textos que ele publica em sua pagina no Facebook é regado de versos e prosas
criadas por ele e muitas das vezes relatando algo importante.
Vejam no vídeo abaixo na voz de Eric Assumpção.
Obs.: O Texto estará abaixo do vídeo!!!


O POETA DO CATIMBÓ

No dia de minha morte física que ninguém seja privado de observar meu rosto.
Ao fita-lo possam se despir de suas emoções sejam elas de remorso regozijo ou até de desgosto.
Lembrem que naquele féretro, encontrasse um invólucro de muito amor, dedicação e coragem, coisas de ontem esquecida no hoje, pois isso é a vida em nossa peregrinação.
Uma coisa eu tenho certeza, que a mim serão ofertadas lembranças em forma d'água oriundas do coração.
Alguém será capaz de sorrir e agradecer por minha ida, mas mesmo nela escondida a raiva de nunca ter me vencido.
O que não poderão dizer que ali se vai um covarde, mentiroso, atroz e bandido que enganou os perdidos no uso de sua fé.
Disso nego e renego até agora na escrita, palavras que foram ditas por alguns de meus algozes, não tenho medo da luta, tenho Deus em oração.
As fumaças do meu cachimbo que me foi dada pela Jurema, sempre me aprumaram o caminho e transformou em gatinho o mais brabo leão.
Sempre fui agradecido pela pedra e o pão, cada um só dá o que tem e nunca neguei a ninguém a estendida da mão.
Sei que sou chato brigão arengueiro mais sempre fui verdadeiro quando chamei alguém de amigo, nunca fiquei escondido abraçado à covardia.
Se dizendo amigo num dia e no outro fazendo cena, cobri minha cabeça de penas para defender minha fé, dessa nunca me envergonhei e sempre participei das boas lutas por ela, mais isso para mim sempre foi exercício de alegria.
Aos inimigos aviso logo, isso não é uma despedida são relatos de minha vida que brinco de poesia.
Enquanto Deus me autoriza a viver mais um pouco sigo a minha lida de forma nobre e correta entre fumaças dispersas.
Aprendi com minha avó que na terra do catimbó também tem homem poeta,
É PAU GUINÉ!!!
Babalorixá e Juremeiro Sandro de Jucá